sexta-feira, 11 de março de 2011

Portugal vai demorar 20 anos para regularizar dívida

Sócrates vai mostrar hoje em Bruxelas que está no caminho certo
Redução do rácio da dívida pública até aos 60% do PIB, como impõe o Pacto de Estabilidade da Zona Euro, só acontecerá em 2030.
A crise das contas públicas e, por arrasto, da economia portuguesa como um todo, vai demorar quase 20 anos a resolver. A austeridade orçamental e as fraquezas estruturais da economia acumuladas nas últimas décadas vão prolongar o ajustamento das contas até 2030.
Depois de resolvida a questão do défice, em 2012 ou 2013, faltará resolver o da dívida pública. O que, na lógica dominante, é o mesmo que dizer: faltam mais medidas de austeridade orçamental e económica para além do que já foi anunciado e prometido.
De acordo com um estudo do banco Nomura, uma das maiores instituições financeiras do mundo, o principal problema do país é o fraco potencial de crescimento, um perfil que o torna especialmente vulnerável aos impactos negativos das medidas de austeridade impostas pelo Governo em coordenação com alguns parceiros sociais.
Bimal Dharmasena, economista daquele banco, explica, no extenso estudo a que o DN teve acesso, que Portugal tem "um problema cumulativo de crescimento estrutural e de competitividade internacional, mas também questões relacionadas com o défice privado e público". Como tal, assumindo que o país abraça novas medidas de austeridade (como já diz o Governo - ver em baixo) e traduza na prática as reformas estruturais enunciadas, o rácio da dívida pública vai demorar até 2030 até ficar em linha com o que é exigido no Pacto de Estabilidade: 60% do Produto Interno Bruto (PIB).
Diz Bimal Dharmasena: Portugal "enfrenta um desafio significativo" de 2012 em diante: vai precisar de um "aperto orçamental" adicional "entre 8% a 10% do PIB para alcançar um rácio de 60% em 2030.

Nenhum comentário:

Postar um comentário