domingo, 9 de janeiro de 2011

Exame de sangue facilita diagnóstico precoce de Alzheimer

Nova pesquisa identifica doença pelos anticorpos que o organismo produz

Editora Globo
Um grupo de pesquisadores norte-americanos anunciou uma nova técnica para testes sanguíneos que poderia diagnosticar o mal de Alzheimer de maneira precoce por meio dos anticorpos que o organismo produz.
Muitos testes para diagnósticos usam antígenos – proteínas ou outras partículas modificadas e estranhas para o corpo que fazem com que nosso sistema imunológico produza anticorpos para combatê-las. Se você identifica o anticorpo, pode reconhecer também a doença. Mas ainda não se conhece quais antígenos provocariam a produção de anticorpos para lutar contra o mal de Alzheimer.
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A hipótese do cientista Thomas Kodadek, do Instituto de Pesquisa Scripps, dos Estados Unidos, é que os antígenos do Alzheimer seriam biomoléculas naturais, mas com alguma coisa de errado. A ideia é que elas podem ser moléculas naturalmente encontradas no corpo humano, mas com a forma modificada.
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Os pesquisadores sintetizaram milhares de peptóides– moléculas artificiais parecidas com moléculas naturais chamadas peptídeos, naturalmente encontrados em nosso corpo – e usaram-nas como isca para a liberação dos anticorpos.
A equipe fez os primeiros testes em ratos com esclerose múltipla e conseguiram distinguir os animais saudáveis dos doentes. Depois, fizeram o mesmo procedimento em seis pessoas com Alzheimer, seis portadores de mal de Parkinson e seis saudáveis para controle. O teste ajudou a identificar três anticorpos específicos dos portadores de Alzheimer.
O teste teve 93% de eficácia. O estudo pode ser uma esperança para diagnosticar precocemente o Alzheimer com um simples exame sanguíneo. Em seguida, para ter confirmação do diagnóstico seria necessário fazer um exame mais detalhado do cérebro da pessoa.
Atualmente, os médicos fazem o diagnóstico baseados nos sintomas clínicos do paciente, que acontecem quando a doença já está muito avançada. Será preciso muito mais pesquisas e testes em pessoas diferentes para avaliação da precisão e abrangência do novo teste.
Apesar dos avanços em reconhecer a doença antes que a pessoa manifeste os sintomas, quem porventura conseguir descobrir que irá desenvolvê-la no futuro não poderia fazer muito, já que não há cura e nenhum medicamento que efetivamente consiga barrar o progresso do Alzheimer. Mas a descoberta da cura passa também pelo diagnostico precoce, acreditam os cientistas. E a técnica desenvolvida poderá até ajudar na identificação de outras doenças.

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