segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

No ano da eleição, governo descumpriu a meta fiscal

Georges Pompidou (1911-1974), raposa da política francesa, costumava dizer que três caminhos levam o homem ao desastre.
O jogo, dizia Pompidou, é a via mais rápida. As mulheres, a mais agradável. E consultar economistas, a mais segura.
O Brasil de 2010 mostrou: se o oráculo dos economistas é um soberano obcecado com a sucessão do trono, a segurança do desastre é de 100%.
Dados divulgados nesta segunda (31) pelo Banco Central deram ossatura numérica a um esqueleto já conhecido.
No último ano de seu reinado, sacudido pela eleição, Lula só atingiu a meta fiscal do governo subtraindo da conta o pedaço dos gastos relativos a investimentos.
As despesas do Estado cresceram em todas as esferas. Com isso, foi para o beleléu a meta “cheia” de superávit de caixa de 3,1% do PIB.
Para atingi-la, o governo retirou da coluna das despesas R$ 11,7 bilhões despendidos no PAC. Um coelho que, até novembro, a Fazenda jurava que não tiraria da cartola.
"Certamente, o ano eleitoral leva a um aumento de gastos, e é isso que se observou", resigna-se o chefe de Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes.
Como almoço grátis é coisa que não existe, a conta está sendo apresentada a Dilma Rousseff.
Principal beneficiária da mandracaria fiscal, a economista Dilma vê-se agora na posição de gerente da faca.
Consulta-se com o economista Guido Mantega. O mesmo que abriu os cofres. Vivo, Georges Pompidou diria a Dilma: “Temeridade!”

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