domingo, 6 de fevereiro de 2011

Governo e oposição abrem canal de diálogo no Egito

Hannibal Hanschke/Efe
Cansados de conviver com a falta de luz no fim do túnel, os egípcios enchem as ruas há 13 dias. A resistência do ditador Hosni Mubarak mostrou que nem havia túnel.
Súbito, neste domingo (6), surgiu uma nesga de perspectiva de solução negociada para o impasse que eletrifica o Egito.
Foram à mesa, pela primeira vez, o recém nomeado vice-presidente Omar Suleiman e representates da oposição.
Com a praça Tahrir, epicentro das manifestações, no Cairo, ainda apinhada (foto), toparam conversar líderes de três frentes da oposição:
A Irmandade Muçulmana, tachada de “ilegal” pela ditadura; e dois partidos: o Wafd (liberal) e o Tagammou (esquerda).
Acertou-se a formação de um comitê, para tentar por de pé reformas constitucionais. Coisa a ser implementada até o começo de março.
Deseja-se alterar dois artigos da onstituição egípcia, o 76 e o 77. Tratam de requisitos para as candidaturas presidenciais e do tamanho do mandato.
A turma da oposição informou à BBC que impôs condições para o avanço da negociação. São duas as principais:
1. Fim da Lei de Emergência. Em vigor desde 1981, essa lei traz o arcabouço repressivo que move a máquina de moer oposicionistas da ditadura Mubarak.
2. Interrupção das mensagens intimidatórias que o regime veicula na TV oficial desde o início das mannifestações anti-Mubarak.
Simultaneamente, os operadores de Mubarak apressam-se em reafirmar: Mubarak só deixará o poder em setembro, mês em que haverá eleições presidenciais.
O premiê egípcio, Ahmed Shafiq, disse à rede de TV americana CNN: "Aqui no Egito, insistimos na continuidade de seu mandato até o final de setembro".
Por quê? "É preciso cobrir muitos pontos antes que ele saia". Agora só falta combinar com o asfalto.

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