sábado, 2 de abril de 2011

Prefeitura pede 60 dias para retirar medicamentos


Um dia após a rescisão do contrato entre a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e a Prefeitura do Natal, o secretário municipal de Saúde, Thiago Trindade, afirma que em 60 dias o armazém da instituição estará desocupado. O destino dos medicamentos se mantém uma incógnita. Devendo mais de R$ 2 milhões à instituição, a Prefeitura silencia quando questionada sobre quando o débito será quitado.

 
alex régisAlbaniza Pereira procura há semanas por remédio nos postosAlbaniza Pereira procura há semanas por remédio nos postos
“De novo essa história? Não posso falar mais nada. Já falei tudo ontem. Tem sigilo fiscal incluído nessa história. Nós estamos levantando os débitos”,  resumiu-se a declarar o secretário municipal de Planejamento, Antônio Luna. O secretário não quis comentar, alegando sigilo fiscal, a possibilidade de uma permuta de débitos com a UFRN. Visto que, segundo o próprio Antônio Luna, a Universidade deve ao Município.

 De acordo com o pró-reitor administrativo, João Batista Bezerra, a questão do parcelamento da dívida já tinha sido acertada numa reunião entre representantes do Município com o reitor Ivonildo Rêgo. “Este acordo firmou datas para o pagamento da dívida. Se daria da seguinte forma: duas parcelas em março, duas em abril e a partir de maio uma parcela até sanar o débito de 2010”, esclareceu João Batista. Os valores de 2011 seriam tratados no aditamento do contrato.

 Thiago Trindade afirmou que os medicamentos que serão retirados das instalações do Nuplan entrarão no sistema integrado de abastecimento da rede municipal de Saúde. “Iremos ativar o sistema de logística já com este remanejamento”, garantiu. Os detalhes sobre a gestão deste incremento, não foram reveladas. Enquanto o sistema não entra em operação, a população padece à procura de medicamentos.

 Somente em dez minutos, na Policlínica Oeste, na Cidade da Esperança, três pessoas procuraram remédios e não encontraram. A maioria deles, dependentes de medicamentos antidepressivos e ansiolíticos. “Não tem nada. Fui na Policlínica da zona Norte, nos postos de Neópolis, Lagoa Seca e até nos hospitais e não consigo os medicamentos”, lamentou Carlos Rodrigues dos Santos.

 Numa situação similar estava a aposentada Albaniza Pereira de Souza. Ela procurava por amoxicilina, hixizine e tenoxican. “Hoje, mais uma vez, não tem”, afirmou.

As consequências do desabastecimento

 Inúmeros medicamentos estão em falta na rede municipal de Saúde há meses, como os antidepressivos e ansiolíticos. Muitos dos dependentes não tem condições de adquiri-los nas farmácias particulares e interrompem o tratamento.  O resultado é o desencadeamento de crises nervosas e o encaminhamento ao Hospital João Machado.  Ao longo da semana, as enfermarias do único centro púbico de atendimento ao paciente psiquiátrico estavam lotadas.  Veja abaixo a listagem e valores, nas drogarias privadas, dos remédios em falta nos postos de saúde e Centros de Apoio Psicossocial da prefeitura. A lista não inclui medicamentos de alto custo que são utilizados em tratamentos de pacientes, além de outros, com distúrbios mentais.

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