Bruna Menegueço
Aqui
na redação, adoramos receber cartas e e-mails dos leitores. Mas, na
semana passada, uma delas nos chamou a atenção. Quem nos escreveu foi a
empresária Regina Miranda, 41 anos. E a história que emocionou a todos
da CRESCER, você confere agora:
Após uma gravidez saudável e tranquila, a empresária Regina Miranda, 41 anos, deu à luz a filha Sofia, hoje com 10 anos. A criança nasceu com 3,420 kg e 51 cm e tudo parecia bem. Os médicos até comentaram sobre a possibilidade de uma icterícia. Após um mês, no entanto, Sofia ainda apresentava a pele e os olhos amarelados. Além disso, a barriga estava inchada e as fezes amarelas.
Após uma gravidez saudável e tranquila, a empresária Regina Miranda, 41 anos, deu à luz a filha Sofia, hoje com 10 anos. A criança nasceu com 3,420 kg e 51 cm e tudo parecia bem. Os médicos até comentaram sobre a possibilidade de uma icterícia. Após um mês, no entanto, Sofia ainda apresentava a pele e os olhos amarelados. Além disso, a barriga estava inchada e as fezes amarelas.
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Para descobrir o que a filha tinha, Regina levou Sofia em cinco pediatras. Durante esse tempo, a empresária leu uma reportagem na CRESCER sobre doenças hepáticas, e acompanhando a história do personagem, identificou ali, todos os sintomas de sua filha.
Para descobrir o que a filha tinha, Regina levou Sofia em cinco pediatras. Durante esse tempo, a empresária leu uma reportagem na CRESCER sobre doenças hepáticas, e acompanhando a história do personagem, identificou ali, todos os sintomas de sua filha.
Com
60 dias, Sofia fez seu primeiro exame de sangue. E, diante do resultado
com tamanha alteração, o laboratório solicitou a repetição para checar
se estava tudo certo. “Eu já sabia do que minha filha sofria”, diz
Regina. O pediatra recebeu o exame e avisou à mãe que Sofia tinha um problema no fígado e encaminhou-a para um especialista infantil.
Regina conseguiu uma consulta para o mesmo dia e ouviu o diagnóstico: atresia de vias biliares, uma doença causada pela obstrução congênita das vias biliares extra-hepáticas. Ou seja, o fígado da pequena Sofia não filtrava as substâncias secretadas pelo organismo. O próximo passo era uma cirurgia urgente para refazer os dutos, mas havia uma chance de apenas 20% de sucesso. Infelizmente, não deu certo e, então, a criança só tinha mais uma esperança: um transplante. Com três meses de vida, Sofia já estava na lista à espera de um órgão.
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Enquanto isso, Regina fez tudo o que pôde para salvar a vida da filha. Assim que recebeu o diagnóstico da doença, ela teve que parar de amamentar e começar uma alimentação isenta de qualquer tipo de gordura. Mesmo assim, a comida, importada da Holanda, causava um enorme mal-estar durante a digestão e Sofia nunca queria comer. No hospital, todas as crianças com problemas hepáticos usavam uma sonda para ser alimentadas. “Contra tudo que eu sempre sonhei, eu tive que alimentar minha filha enquanto ela dormia. Era um caso extremo e só assim consegui que Sofia não usasse a sonda”, conta.
Regina conseguiu uma consulta para o mesmo dia e ouviu o diagnóstico: atresia de vias biliares, uma doença causada pela obstrução congênita das vias biliares extra-hepáticas. Ou seja, o fígado da pequena Sofia não filtrava as substâncias secretadas pelo organismo. O próximo passo era uma cirurgia urgente para refazer os dutos, mas havia uma chance de apenas 20% de sucesso. Infelizmente, não deu certo e, então, a criança só tinha mais uma esperança: um transplante. Com três meses de vida, Sofia já estava na lista à espera de um órgão.
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Enquanto isso, Regina fez tudo o que pôde para salvar a vida da filha. Assim que recebeu o diagnóstico da doença, ela teve que parar de amamentar e começar uma alimentação isenta de qualquer tipo de gordura. Mesmo assim, a comida, importada da Holanda, causava um enorme mal-estar durante a digestão e Sofia nunca queria comer. No hospital, todas as crianças com problemas hepáticos usavam uma sonda para ser alimentadas. “Contra tudo que eu sempre sonhei, eu tive que alimentar minha filha enquanto ela dormia. Era um caso extremo e só assim consegui que Sofia não usasse a sonda”, conta.
As esperanças em torno da fila de espera acabaram. Regina já sabia que reunia todas as características de uma possível doadora: era uma pessoa saudável (ela era atleta), com o mesmo tipo sanguíneo, sem nenhum tipo de doença crônica. A decisão estava tomada. A doadora do fígado de Sofia seria sua mãe.
A
cirurgia foi marcada para o dia 16 de agosto de 2002. Regina ficou
durante 10 horas no centro cirúrgico e doou o lobo esquerdo do órgão
para a filha. O fígado é dividido em lobos, sendo o direito pelo menos
duas vezes maior que o esquerdo - e é o único órgão do corpo humano
capaz de reconstituir até 75% de seus tecidos.
A operação de Sofia foi ainda mais longa - durou 14 horas - e como um milagre, na manhã seguinte, ela acordou bem e já queria comer. “Pela primeira vez, vi minha filha ter apetite, querer comer. Ela andava pelo quarto pedindo a mamadeira”, conta Regina, emocionada.
A operação de Sofia foi ainda mais longa - durou 14 horas - e como um milagre, na manhã seguinte, ela acordou bem e já queria comer. “Pela primeira vez, vi minha filha ter apetite, querer comer. Ela andava pelo quarto pedindo a mamadeira”, conta Regina, emocionada.
Para
o tempo passar, durante os 15 dias que ficaram no hospital, a família
improvisou. Tinha tinta guache, fantoches, cabana e até videocassete
para assistir aos desenhos preferidos.
A recuperação de
Regina também foi um sucesso e um mês depois, ela voltou a correr. Hoje,
com 10 anos, Sofia tem uma vida normal. Faz balé, vôlei e patinação.
Enquanto eu conversava com sua mãe, ela chegou saltitando e com um
sorriso lindo no rosto. Perguntei se ela se lembrava dessa história, já
que tinha apenas 2 anos, e ela balançou a cabeça, negando. O olhar de
Regina para a filha não deixa dúvida de que todo o esforço valeu a pena.
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