
Depois de o presidente do Banco Central Europeu (BCE) ter dado a entender que iria subir as taxas de juro de referência já no próximo mês, a Euribor reagiu ontem com uma aceleração acentuada. A taxa a seis meses - a mais utilizada no crédito à habitação em Portugal - registou ontem um dos maiores aumentos de sempre, o maior em quase três anos.
A Euribor a seis meses disparou assim para os 1,475%, o que representa uma subida de nove pontos base em relação à sessão do dia anterior. Desde a sua criação, apenas se registaram oito saltos superiores. O maior de todos foi a 12 de Abril de 2001, quando aumentou 17,7 pontos base. Desde o início do ano, a Euribor nunca tinha aumentado mais que 1,5 pontos. Os 1,475% atingidos ontem são também o valor mais elevado desde Junho de 2009.
Em termos relativos esta é mesmo a maior subida de sempre. Os nove pontos base representam uma variação de 6,5%.
As taxas a três e 12 meses também reagiram ao anúncio de Trichet, subindo para 1,162% e 1,924%, respectivamente. Os valores mais elevados em pelo menos um ano em ambos os casos.
"O mercado está a antecipar o ajuste do BCE. No entanto, ainda não é possível saber se a Euribor vai estabilizar ou se entrámos num novo ciclo de subida", explica ao i Zinay Pranjizan, técnico da "Deco Proteste". "Os créditos revistos em Abril ou Maio já terão uma prestação mais elevada, em comparação com os revistos este mês, por exemplo."
O impacto na sua prestação A reacção surgiu depois de Jean-Claude Trichet ter surpreendido analistas e investidores na conferência de imprensa de quinta-feira, indiciando uma subida da taxa directora na próxima reunião do Conselho de Governadores, a 7 de Abril. A maioria dos economistas esperava um aumento mais próximo do final do ano.
Há 22 meses que o BCE mantém a taxa de juro num mínimo histórico de 1%. A decisão de antecipar o aumento está relacionada com a evolução da inflação, que já está nos 2,3%, pressionada pela subida do preço do petróleo e das matérias--primas alimentares (ver página 18).
"A posição do Conselho de Governadores é que uma subida das taxas de juro na próxima reunião é possível", afirmou o presidente do BCE, acrescentando que aplicaria uma "forte vigilância" à subida dos preços.
Os analistas não esperam uma subida superior a 25 pontos base em Abril. Porém, os mesmos analistas esperam que o ano termine com a taxa nos 1,75% ou 1,50%.
A taxa directora do BCE orienta a evolução da Euribor nos seus vários prazos. Por sua vez, a Euribor é utilizada como referência para calcular os juros nas renegociações periódicas dos créditos. Em Portugal, a maior parte dos juros dos créditos estão indexados à Euribor. O que significa que uma subida se reflecte nas prestações da casa, por exemplo (ver gráfico ao lado). "Os consumidores devem estar preparados e ter uma folga no seu orçamento", aconselha Zinay Pranjizan. "Quem vai fazer hoje um crédito deve ter cuidado. Se este fenómeno de subida continuar, a soma dos juros com os spreads pode dar uma taxa muito elevada." Nuno Aguiar
A Euribor a seis meses disparou assim para os 1,475%, o que representa uma subida de nove pontos base em relação à sessão do dia anterior. Desde a sua criação, apenas se registaram oito saltos superiores. O maior de todos foi a 12 de Abril de 2001, quando aumentou 17,7 pontos base. Desde o início do ano, a Euribor nunca tinha aumentado mais que 1,5 pontos. Os 1,475% atingidos ontem são também o valor mais elevado desde Junho de 2009.
Em termos relativos esta é mesmo a maior subida de sempre. Os nove pontos base representam uma variação de 6,5%.
As taxas a três e 12 meses também reagiram ao anúncio de Trichet, subindo para 1,162% e 1,924%, respectivamente. Os valores mais elevados em pelo menos um ano em ambos os casos.
"O mercado está a antecipar o ajuste do BCE. No entanto, ainda não é possível saber se a Euribor vai estabilizar ou se entrámos num novo ciclo de subida", explica ao i Zinay Pranjizan, técnico da "Deco Proteste". "Os créditos revistos em Abril ou Maio já terão uma prestação mais elevada, em comparação com os revistos este mês, por exemplo."
O impacto na sua prestação A reacção surgiu depois de Jean-Claude Trichet ter surpreendido analistas e investidores na conferência de imprensa de quinta-feira, indiciando uma subida da taxa directora na próxima reunião do Conselho de Governadores, a 7 de Abril. A maioria dos economistas esperava um aumento mais próximo do final do ano.
Há 22 meses que o BCE mantém a taxa de juro num mínimo histórico de 1%. A decisão de antecipar o aumento está relacionada com a evolução da inflação, que já está nos 2,3%, pressionada pela subida do preço do petróleo e das matérias--primas alimentares (ver página 18).
"A posição do Conselho de Governadores é que uma subida das taxas de juro na próxima reunião é possível", afirmou o presidente do BCE, acrescentando que aplicaria uma "forte vigilância" à subida dos preços.
Os analistas não esperam uma subida superior a 25 pontos base em Abril. Porém, os mesmos analistas esperam que o ano termine com a taxa nos 1,75% ou 1,50%.
A taxa directora do BCE orienta a evolução da Euribor nos seus vários prazos. Por sua vez, a Euribor é utilizada como referência para calcular os juros nas renegociações periódicas dos créditos. Em Portugal, a maior parte dos juros dos créditos estão indexados à Euribor. O que significa que uma subida se reflecte nas prestações da casa, por exemplo (ver gráfico ao lado). "Os consumidores devem estar preparados e ter uma folga no seu orçamento", aconselha Zinay Pranjizan. "Quem vai fazer hoje um crédito deve ter cuidado. Se este fenómeno de subida continuar, a soma dos juros com os spreads pode dar uma taxa muito elevada." Nuno Aguiar
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